AA News ⚡ #39 - Livros para entender a vida acadêmica e não surtar
A escrita acadêmica só parece impossível quando você a encara como um dom. Mas quando entende que é prática, método e clareza narrativa, tudo muda. Você não precisa de inspiração. Precisa de estrutura, compromisso e uma boa história para contar.
Na edição de hoje, vou falar sobre os quatro livros que moldaram a metodologia do Acadêmicos Anônimos e que ajudaram a responder à pergunta que já no mestrado se encontrava perfeitamente formulada na minha cabeça:
“Existe um jeito mais gentil de fazer uma pós-graduação?”
Spoiler: sim, e ele começa com organização, continua com autoconhecimento e se sustenta com uma boa narrativa.
NA EDIÇÃO DE HOJE:
📘 How to Write a Lot, de Paul Silvia
📕 Writing Your Journal Article in 12 Weeks, de Wendy Laura Belcher
📗 Houston, We Have a Narrative, de Randy Olson
📙 O Zen e a Arte da Escrita Acadêmica, de Robson Cruz
🧩 Por que o método do AA funciona?
🧭 Diagnóstico gratuito: descubra o que está por trás da sua procrastinação
📘 How to Write a Lot, de Paul Silvia
O que eu gostei nesse livro foi que Paul Silvia começa derrubando o mito mais popular entre os pesquisadores: “eu funciono melhor sob pressão”. Essa pra mim sempre foi a desculpa número 1 para procrastinar.
Segundo ele, o verdadeiro gargalo da escrita acadêmica é a ilusão de que ela depende de inspiração ou motivação. O autor propõe pra isso um antídoto simples: trate a escrita como um hábito profissional, com blocos de tempo reservados religiosamente, como faria um atleta ou um artista em treinamento.
Fácil? Não é. Se fosse, juro que a gente faria.
Mas a grande lição é: você não precisa escrever muito, mas precisa escrever sempre.
Tá no primeiro ano ainda? Escreva. Escreva sobre o que você leu. Faça fichas de leitura. Avance na leitura e escrita acadêmica, não se acanhe.
Já avançou na jornada, está nas próximas fases? Essas são fases que nos dão mais medo de errar. Por isso mesmo, escreva!
O que o autor fala é que a constância modesta é mais poderosa que explosões de produtividade. Por isso, no AA, organizamos sessões de 25 minutos de escrita coletiva, e isso é revolucionário, porque vai criando uma estrutura de motivação onde antes só existia ansiedade.
Mais que uma técnica de produtividade, isso é uma mudança de identidade: você deixa de ser “alguém tentando escrever” para se tornar “alguém que escreve”. Legal, né?
📕 Writing Your Journal Article in 12 Weeks, de Wendy Laura Belcher
O que mais me tocou nessa “bíblia” da Wendy Belcher não é o quanto esse livro é uma aula de técnica, mas, acima de tudo, o quanto a autora entende profundamente o que significa sentar para escrever com medo de ser rejeitado, de não estar à altura ou de estar desperdiçando tempo.
Ela estrutura o processo de escrita de um artigo em etapas claras e realistas, mas sem jamais ignorar a dimensão emocional. Para ela, escrever é enfrentar fantasmas, e eles só se dissipam com clareza e rotina.
Wendy te convida a reconhecer que:
Escrita acadêmica é um processo, não um talento.
Travar não é um defeito, mas um sintoma que pode ser trabalhado.
O medo de julgamento é parte da experiência e pode ser atravessado com estrutura e clareza.
No AA, seguimos muitos dos conselhos de Belcher ao pé da letra: você não precisa sentir que é capaz para começar a escrever. Mas você precisa começar para sentir que é capaz.
É por isso que nosso método integra planejamento semanal com metas pequenas e ações práticas. E quando tudo trava? Acolhimento. Porque, muitas vezes, o que precisa de resolução não é o argumento do texto, mas a insegurança que o atravessa.
📗 Houston, We Have a Narrative, de Randy Olson
Olson é um biólogo marinho que virou roteirista em Hollywood e depois voltou à ciência com uma lente mais afiada: a da narrativa. Ele argumenta que se você não sabe que história está tentando contar, sua tese vai te consumir.
A proposta de Olson é simples e poderosa: toda boa comunicação científica se baseia em estrutura. E essa estrutura pode ser aprendida. Assim como todo bom roteiro de cinema, sua tese tem apresentação, desenvolvimento, clímax e um final.
Pra que isso ocorra, você precisa entender o papel dos atores e como essa narrativa se constrói. E isso você consegue como? Desenhando a sua pesquisa.
No AA, a gente ensina através da matriz de consistência que desenhar a pesquisa é a base de tudo. Porque é isso que irá organizar a sua escrita em torno do que realmente importa: o que você quer demonstrar ao final? Que transformação você quer provocar? A clareza narrativa é um bálsamo.
📙 O Zen e a Arte da Escrita Acadêmica, de Robson Cruz
Inspirado pelo Zen Budismo, Cruz convida o leitor a desacelerar e a se reconectar com o momento presente da escrita. Ele argumenta que a escrita acadêmica não deve ser apenas uma demonstração de erudição, mas um processo que envolve o corpo, a mente e as emoções. Ao invés de buscar a perfeição desde o início, o autor sugere a prática da escrita livre, permitindo que as ideias fluam sem autocensura, como forma de superar bloqueios e encontrar autenticidade no texto.
Cruz critica o modelo acadêmico que valoriza a produtividade excessiva e a performance, muitas vezes em detrimento da saúde mental dos pesquisadores. Ele aponta que a pressão por resultados e a busca por reconhecimento podem levar a um distanciamento do prazer e do sentido na escrita. O autor propõe uma escrita mais consciente e menos automatizada, que respeite os ritmos individuais e promova uma relação mais saudável com o trabalho intelectual.
Entre as práticas sugeridas por Cruz estão:
Escrita livre: escrever sem preocupação com a forma ou correção, permitindo que as ideias fluam naturalmente.
Atenção plena: estar presente no momento da escrita, observando pensamentos e emoções sem julgamento.
Desapego do perfeccionismo: aceitar que o primeiro rascunho não precisa ser perfeito e que a revisão é parte do processo.
Criação de um ambiente favorável: organizar o espaço físico e mental para facilitar a concentração e o conforto durante a escrita.
Sobre tudo isso, nem preciso falar, né? A Atenção Plena chegou despretensiosamente às sessões do AA e aqui ficou, soberana!
🧩 Por que o método do AA funciona?
Porque ele não nasceu de um palpite.
Ele nasce da vivência de centenas de acadêmicos e de uma base sólida em teoria da escrita, psicologia aplicada e atenção plena.
Mais que sessões de produtividade, o AA oferece um ecossistema: sessões estruturadas, apoio psicológico, mindfulness semanal e, acima de tudo, comunidade. O AA é um lugar onde ninguém escreve sozinho. Onde você é lembrado todos os dias que sua tese é importante, mas sua saúde, mais ainda.
🧭 Diagnóstico gratuito: descubra o que está por trás da sua procrastinação
Criamos um Diagnóstico Acadêmico gratuito para te ajudar a entender em que ponto você está da sua jornada e qual é o melhor próximo passo para você.
Ele avalia quatro pilares:
✔️ Bem-estar emocional
✔️ Produtividade e gestão do tempo
✔️ Desempenho acadêmico
✔️ Sentido de vida e carreira
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Nos vemos na próxima! 🚀