Guardar o conteúdo para a hora certa é o jeito mais sofisticado de se manter distante da própria transformação.
Imagine o seguinte cenário: DUNADA, você recebe um convite para participar de um retiro de escrita, nas montanhas. Você vai passar o próximo fim de semana dedicada(o) à escrita. Dois dias inteiros.
E aí? Você vai ou corre? E se for, vai render ou você vai guardar tudo para depois?
Nesta edição, vamos falar sobre as promessas silenciosas que fazemos a nós mesmos, a ilusão de que ainda não é o momento certo e o que realmente faz a escrita andar.
NA EDIÇÃO DE HOJE:
🧳 “Eu vou usar isso quando der tempo”: a armadilha dos retiros, cursos e planos que nunca viram ação
🔄 Nós e o nosso jeitinho de rejeitar a ação
🌿 Pare de tratar a tese como um alecrim dourado
🧠 Um exercício para usar agora, e não depois
🧭 Diagnóstico Acadêmico gratuito: descubra onde você está travado
🧳 “Eu vou usar isso quando der tempo”: a armadilha dos retiros, cursos e planos que nunca viram ação
Eu tive uma professora no doutorado que gentilmente reunia um pessoal em uma sala e explicava como era a escrita acadêmica. Eu lembro nitidamente de uma participação minha, a aula era sobre introdução. A professora explicou lindamente sobre como escrever uma boa introdução e nos deu meia hora para fazer a nossa.
Eu estava empolgada. Guardei todo o conhecimento e pensei: agora eu tenho o que preciso para escrever a minha quando for a hora. Peguei minhas coisas e fui pra casa.
Teve um tempo em que tudo o que eu queria era sumir por uma semana e só escrever. Me inscrevi em retiros de escrita, comprei alguns cursos e materiais.
Eu achava que o mais importante seria absorver os ensinamentos. Ficar atenta a tudo. Anotar os melhores conselhos. Guardar os segredos da escrita acadêmica como quem armazena munição para a batalha. Porque na hora certa… aaah, na hora certa isso tudo faria uma baita diferença.
Me pegava anotando frases potentes e pensando: vou usar isso quando estiver com tempo, isso aqui eu vou aplicar quando estiver realmente pronta, essa dica eu vou guardar pra quando começar de verdade a tese.
Você já deve imaginar o desfecho. Eu acabei do mesmo jeitinho de 99% dos acadêmicos: com uma tese vazia e só querendo terminar.
Então, se o chapéu te serve, fica a pergunta: o conhecimento que você está adquirindo é a sua nova cartela de adesivos? - pegou a referência?
🔄 Nós e o nosso jeitinho de rejeitar a ação
Você consome textos, vídeos, conselhos. Escuta com atenção, anota as melhores partes, marca com estrela o que vai aplicar quando puder (aquele nosso caderno de melhor aluna olha orgulhoso pra isso). Você acredita que está se preparando. Mas, na prática, está apenas adiando.
Porque, eis a verdade: você já se preparou faz tempo, falta fazer.
Você se aproxima da tese como quem olha vitrines e compra compulsivamente em um shopping. Analisa o conteúdo, admira a estrutura, diz a si mesma que vai usar tudo aquilo quando chegar o momento certo. E assim, o conhecimento vira decoração de estante: bonito, mas intocado.
E assim, vamos mantendo a distância de segurança, como se viver aquilo que a gente aprendeu fosse perigoso demais.
E é, de fato, perigoso. Porque exige abandonar a zona cinzenta do "quase". Escrever dói. Pra mim, pelo menos, doeu. Foi uma daquelas atividades nada prazerosas, ao contrário do que eu imaginava antes do mestrado.
Mais do que isso: escrever foi um baita exercício de humildade. Baixar a cabeça e assumir que é difícil, que é ruim, que é frustrante, tira uma máscara enorme do nosso rosto.
O problema não é que você não sabe o que fazer. É que você sabe e tem medo de que, mesmo assim, não seja suficiente.
Mas é exatamente nesse ponto que a transformação começa.
🌿 Pare de tratar a tese como um alecrim dourado
Eu não tive uma grande virada na escrita da tese, mas eu tive um fator que me fez começar a escrever, sim. E foi quando parei de ver a escrita como um projeto especial para dias especiais e comecei a tratá-la como um compromisso diário, igual escovar os dentes (para quem não sabe a história, foi quando eu participei de um Acadêmicos Anônimos gringo, com menos sessões que o AA, sem nosso jeitinho brasileiro, e ainda assim me surpreendi com o quanto rendeu).
Você não precisa de um lugar isolado para escrever, nem de retiro. E também pode fazer uma pausa em tantos cursos.
Você precisa de um intervalo de 25 minutos. De um texto aberto. E de um plano que você consiga cumprir mesmo nos dias em que tudo der errado.
Quando a rotina vira espaço de ação, mesmo com criança no colo, louça na pia e dúvida na cabeça, a tese começa a aparecer.
E mais uma vez: esse é um exercício de humildade e desprendimento. Não pense que estou escrevendo e dizendo “é só isso”, porque sei que não é.
🧠 Um exercício para usar agora, e não depois
Pegue uma dica que você leu nos últimos dias (pode ser essa aqui mesmo) e use na mesma hora, pelo menos uma vez nesta semana.
Não prometa a si mesmo que vai aplicar “quando sobrar tempo”. Se você é anônimer, use a próxima sessão de 25 minutos como seu mini retiro.
Feche as abas. Respire. Escolha uma tarefa pequena. Faça.
Não precisa estar inspirada, iluminada, nem descansada. Precisa só estar presente.
🧩 Por que o método do AA funciona?
Porque ele não nasceu de um palpite.
Ele nasce da vivência de centenas de acadêmicos e de uma base sólida em teoria da escrita, psicologia aplicada e atenção plena.
Mais que sessões de produtividade, o AA oferece um ecossistema: sessões estruturadas, apoio psicológico, mindfulness semanal e, acima de tudo, comunidade. O AA é um lugar onde ninguém escreve sozinho. Onde você é lembrado todos os dias que sua tese é importante, mas sua saúde, mais ainda.
Aqui tem AA com cuponzão no primeiro mês pra você experimentar. Bora?
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Você já tem o conhecimento. O que talvez falte é clareza de onde, exatamente, está travando.
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Nos vemos na próxima edição.
Com foco, com fôlego e com companhia.
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Nos vemos na próxima! 🚀
Eu peguei a referência da cartela de adesivos, pois: adolescente dos anos 2000